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Polícia detém fieis da IURD no Cuito

Redacção_E&M
17/3/2021
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Foto:
DR

Trata-se de sete fieis da Igreja Universal do Reino de Deus (IURD) detidos recentemente, na província do Bié, município do Cuito, por alegadamente terem pertubado a realização do culto.

De acordo com o Jornal de Angola, que cita o responsável pelo Gabinete de Informação da Polícia Nacional no Bié, superintendente-chefe António Hossi, as detenções ocorreram no domingo, 14 de Março, quando fieis tentaram impedir a realização do primeiro culto após reabertura dos templos em todo País. "Fomos informados que havia dois grupos em confrontação na Igreja Universal no Cuito”, explicou o oficial da polícia.

Quando chegamos, esclareceu, encontramos fiéis que apoiam a reforma e do grupo que não se revê na mesma, ambas em contenda. “No local conseguimos inibir qualquer situação que pudesse colocar em causa a segurança dos fiéis. Controlamos a situação, que não resultou em nenhum ferido, mas colocamos sob custódia das autoridades alguns elementos que provocaram distúrbios e serão levados aos órgãos de Justiça”, disse António Hossi.

Já Moisés Calembe, um dos crentes detidos pela Polícia Nacional, disse que terem-se deslocado à igreja por se sentirem deixados de parte. "Viemos apenas para buscar esclarecimentos, porque gostaríamos de ser ouvidos”, afirmou.

Por sua vez, o reverendo Herinques Jamba, responsável da Igreja no Bié, lamentou o sucedido e mostrou-se, por outro lado, surpreendido com as acções dos insurgentes. "É muito triste o que aconteceu.  Estávamos no culto e fomos surpreendidos por um grupo de membros da Igreja Universal e amigos, que vieram com o objectivo de tentar impedir”, explicou.

No entanto, o reverendo apelou ao espírito de união, amor e reconciliação entre os fiéis. "Eles podem vir à igreja normalmente, porque são nossos irmãos. Não os vamos deixar de fora, nem considerá-los inimigos”, afirmou.

A Igreja Universal reabriu as portas para os cultos, a nível nacional, sob liderança da comissão de reforma. Os templos estavam encerrados desde Setembro de 2020, na sequência de investigações das autoridades judiciais angolanas a supostos crimes cometidos por bispos e pastores da antiga direcção.

A crise na IURD em Angola resultou de divergências entre pastores e bispos angolanos e brasileiros sobre a gestão dessa instituição e queixas de humilhações, discriminação e crimes económicos.