De acordo com o Jornal de Angola, que cita o responsável pelo Gabinete de Informação da Polícia Nacional no Bié, superintendente-chefe António Hossi, as detenções ocorreram no domingo, 14 de Março, quando fieis tentaram impedir a realização do primeiro culto após reabertura dos templos em todo País. "Fomos informados que havia dois grupos em confrontação na Igreja Universal no Cuito”, explicou o oficial da polícia.
Quando chegamos, esclareceu, encontramos fiéis que apoiam a reforma e do grupo que não se revê na mesma, ambas em contenda. “No local conseguimos inibir qualquer situação que pudesse colocar em causa a segurança dos fiéis. Controlamos a situação, que não resultou em nenhum ferido, mas colocamos sob custódia das autoridades alguns elementos que provocaram distúrbios e serão levados aos órgãos de Justiça”, disse António Hossi.
Já Moisés Calembe, um dos crentes detidos pela Polícia Nacional, disse que terem-se deslocado à igreja por se sentirem deixados de parte. "Viemos apenas para buscar esclarecimentos, porque gostaríamos de ser ouvidos”, afirmou.
Por sua vez, o reverendo Herinques Jamba, responsável da Igreja no Bié, lamentou o sucedido e mostrou-se, por outro lado, surpreendido com as acções dos insurgentes. "É muito triste o que aconteceu. Estávamos no culto e fomos surpreendidos por um grupo de membros da Igreja Universal e amigos, que vieram com o objectivo de tentar impedir”, explicou.
No entanto, o reverendo apelou ao espírito de união, amor e reconciliação entre os fiéis. "Eles podem vir à igreja normalmente, porque são nossos irmãos. Não os vamos deixar de fora, nem considerá-los inimigos”, afirmou.
A Igreja Universal reabriu as portas para os cultos, a nível nacional, sob liderança da comissão de reforma. Os templos estavam encerrados desde Setembro de 2020, na sequência de investigações das autoridades judiciais angolanas a supostos crimes cometidos por bispos e pastores da antiga direcção.
A crise na IURD em Angola resultou de divergências entre pastores e bispos angolanos e brasileiros sobre a gestão dessa instituição e queixas de humilhações, discriminação e crimes económicos.