O saldo da balança comercial entre os dois países da CPLP piorou 2,4% em 2023, mantendo a trajectória positiva em 448,2 milhões de euros (478,8 milhões de dólares), saldo favorável dos últimos anos, de acordo com a Lusa (Agência Portuguesa de Notícias).

A notícia avança dados da Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal (AICEP) baseados no Banco de Portugal, que dão conta que as trocas comerciais entre Portugal e Moçambique têm apresentado um saldo favorável nos últimos cinco anos. 2022 foi o ano em que a balança mais se inclinou a favor de Portugal.

O saldo positivo em 2022, neste sentido, foi de 459,4 milhões de euros (490,2 milhões de dólares), aumentando face aos 356,1 milhões registados em 2021.

Moçambique é o 33.º cliente na lista das exportações portuguesas, representando 0,28% das vendas, e o 78.º fornecedor, sendo responsável pela venda de 0,03% dos bens que Portugal compra no estrangeiro. A cifra faz com que a influência na evolução da balança comercial de Portugal seja muito pouco significativa.

Em 2022, lê-se, havia 1.291 empresas portuguesas a exportar bens e serviços para o País do Índico, que operavam nas áreas de máquinas e aparelhos, e produtos químicos.

Em sentido contrário, Portugal importa produtos agrícolas e madeira e cortiça que, no conjunto, representam mais de 70% das compras portuguesas.

Sobre os investimentos portugueses em Moçambique, os registos dizem que nos últimos três anos valores foram canalizados perto de 2.000 milhões de euros, sendo que no ano passado, Portugal investiu 1.949 milhões de euros, o que representa uma subida de 8,5% face aos 1.503 milhões investidos em 2019. Apesar disso, estes valores representam apenas cerca de 3% do investimento externo total das empresas portuguesas.

Já o investimento moçambicano em Portugal ficou sempre abaixo dos 100 milhões desde 2019, alcançando o máximo em 2022, com 94 milhões de euros investidos pelas empresas moçambicanas em Portugal, representando cerca de 0,1% do total dos investimentos estrangeiros.

Com o intuito de inverter a tendência actual, segundo a Lusa, mais de 80 empresários moçambicanos participam numa missão empresarial ao Porto, Sines e Lisboa a partir desta segunda-feira, onde é esperado o Presidente de Moçambique, Filipe Nyusi .

A missão terá como "momento mais alto" o Fórum de Negócios Portugal -- Moçambique, no dia 24 de abril, sob o tema 'Internacionalização das Empresas Portuguesas nos PALOP: O caso de Moçambique', que será "dirigido pelo Governo de Moçambique, onde serão assinados acordos de cooperação empresarial", disse a vice-presidente da Confederação das Associações Económicas de Moçambique (CTA), Maria Assunção Abdula.