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Prevalece impasse entre os trabalhadores e a direcção do CFL

Cláudio Gomes
24/1/2019
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Foto:
DR

A comissão sindical do Caminho-de-Ferro de Luanda (CFL) acusou, ontem, o Ministério dos Transportes de ter impedido os trabalhadores de retomarem os serviços mínimos de dois comboios por dia.

A acusação foi feita pelo porta-voz do sindical dos trabalhadores do CFL, Lourenço Contreiras, em declarações ao Jornal de Angola (JA), que afirmou que os trabalhadores estão mobilizados e dispostos a retomar os serviços mínimos, exigidos por lei, mas foram ontem impedidos de entrar nas locomotivas, alegando uma decisão do Ministério dosTransportes.

O porta-voz do sindicato fez tais declarações em reacção à conferência de imprensa concedida pela direcção do Caminho-de-Ferro de Luanda, tendo assegurado que a comissão sindical está disposta a dialogar com a entidade empregadora, com o objectivo de se ultrapassar o impasse que  persiste.

Entretanto, em resposta à acusação do sindicato, o porta-voz do Caminho-de-Ferro de Luanda, Augusto Osório, disse que a reposição dos serviços mínimos exigidos por lei é da responsabilidade da comissão sindical e não da empresa, tão-pouco do Ministério dos Transportes.

Com efeito, além da reposição dos serviços mínimos, Augusto Osório defende que seja alargado de dois para quatro viagens por dia, no percurso Bungo-Catete e uma semanal no troço Luanda-Malanje.Continuando Augusto Osório alertou que enquanto as locomotivas estiverem paralisadas totalmente não haverá condições denegociação com os grevistas, tendo lamentado “a falta de bom senso por parte da comissão sindical”.

Em seu entender, as negociações devem ter um tempo limite e não podem ser eternas. O porta-voz do CFL frisou ainda, que a empresa perde um milhão e quinhentos mil kwanzas, sem falar dos valores da prestação de outros serviços.

Em relação ao aumento dos salários, Augusto Osório explicou que com o dinheiro do Orçamento Geral do Estado não é possível satisfazer a pretensão dos trabalhadores na percentagem proposta no caderno reivindicativo.  “Um provável acréscimo salarial só poderá ser analisado nos próximos meses, se houver aumento na produtividade da empresa”, frisou. 

Questionado sobre um possível reforço com técnicos do Caminho-de-Ferro de Benguela, o responsável pela comunicação do CFL disse tratar-se de uma possibilidade em análise por parte do Ministério dosTransportes, que pode fazer uma requisição civil, com o objectivo de garantir a continuidade do serviço de transporte, paralisado há mais de dez dias.

O  porta-voz do CFL garantiu que o Conselho de Administração da empresa está aberta ao diálogo para se encontrar uma solução para o problema.