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Reino Unido lança nova parceira estratégica para África

Redacção_E&M
20/1/2020
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Foto:
DR

O Reino Unido inicia, a partir de hoje, segunda-feira, 20, um novo capítulo da sua diplomacia económica, centrando as atenções no continente africano, um dos mercados privilegiados após-Brexit.

Com a quase consumada saída do bloco europeu (União Europeia - UE), a partir de 31 de Janeiro, de acordo com a ANGOP, os britânicos lançam um novo olhar aos parceiros africanos, com quem contam trabalhar, intensamente, na identificação de novas áreas de investimento.

Assim sendo, o primeiro passo dessa nova parceria estratégica será a concretização da Cimeira de Investimento Reino Unido-África (na segunda-feira), que conta com a participação de líderes políticos(entre os quais Chefes de Estado) e empresários africanos.

Trata-se de um evento que o governo britânico reputa de extrema importância, que permitirá discutir os próximos passos nas relações entre o continente e o Reino Unido,  aumentando a capacidade de intervenção e de investimento desse país em África.

Com a Cimeira, segundo a agência angolana de notícias, pretende-se mostrar exemplos das mais de duas mil empresas britânicas que operam em África, cujo investimento é estimado em 36 mil milhões de libras (42mil milhões de euros), para promover oportunidades e parcerias.

Neste sentido, a Cúpula de Londres é vista como meio de trampolim para maiores investimentos do Reino Unido em África e para o início de um relacionamento efectivo com os governos africanos, tendo em vista os futuros desafios da nova fase política e económica do país fora da UE.

Com essa realização, escreve a ANGOP, o Governo britânico quer fazer do país o maior investidor estrangeiro em África, até 2022, e superar outros membros do G7, grupo que inclui também Canadá, França, Alemanha,Itália, Japão e Estados Unidos da América.

Com efeito, dados do Governo britânico indicam que o investimento estrangeiro directo do Reino Unido no continente africano foi de aproximadamente 39 biliões de libras, em 2018.

Por exemplo, para dar uma ideia do novo interesse britânico por África, o CDC, a Instituição Financeira de Desenvolvimento do Reino Unido, pretende realizar, até 2022, um investimento de até US$ 2 biliões em novos negócios no "continente berço".

Segundo os números, citados pela ANGOP, desde 2002 o Grupo de Desenvolvimento de Infra-estrutura Privado do Reino Unido investiu mais de US$ 1,95 bilião em 146 projetos de infra-estrutura em África.  

Actualmente, existem mais países africanos com ações listadas e negociadas em Londres do que em qualquer outra bolsa de valores internacional.

Só o Departamento de Comércio Internacional (DIT) da África, do governo do Reino Unido, tem mais de 100 funcionários em 23 Estados africanos, o que representa um aumento de quase 20 por cento no pessoal instalado na região, desde 2018.

Nos últimos 12 meses, o comércio entre a África e o Reino Unido aumentou 7,7% e hoje vale quase 34,2 biliões, de acordo com dados do governo do Reino Unido.

Além de apoiar empresas britânicas que exportam ouinvestem na África, o DIT concentra-se no ambiente de negócios e isso incluiacordos comerciais e acesso ao mercado.  

A instituição opera em todos os sectores, mas concentra-se principalmente em infra-estrutura, petróleo e gás, mineração, agronegócio, defesa e segurança, energia renovável, serviços financeiros e profissionais, saúde, educação e habilidades.

Será com esses números que o Reino Unido vai procurar aproximar-se, a partir de segunda-feira, dos líderes africanos, para identificar novas fontes de financiamento, numa Cimeira que deverá contar com a participação de uma delegação ministerial angolana.

À margem da Cimeira, os participantes serão brindados com vários eventos ligados à energia limpa, infra-estrutura sustentável e ao agronegócio.

É pretensão do Governo do Reino Unido apoiar a cidade de Londres para mobilizar biliões de libras de investimento para transformar a África, de acordo com um anúncio do secretário de Desenvolvimento Internacional, Alok Sharma, feito sexta-feira (17).

De acordo com o governante, citado pela ANGOP, mais empresas africanas estão listadas na Bolsa de Londres do que qualquer outro centro financeiro fora do continente.

Sublinhou, entretanto, que os activos africanos ainda representam apenas cerca de 1 por cento do total de investimentos gerenciados pela cidade.

Com esses anúncios, o governo britânico pretende captar mais dinheiro de investidores privados, como fundos de pensão, a entrar em África, tornando mais fácil, rápido e seguro o investimento.

No quadro da nova parceria com África, pretende-se garantir que o dinheiro seja direccionado directamente para apoiar o desenvolvimento verde e sustentável.

Para tal, três novas iniciativas, apoiadas por quase 400 milhões de libras em apoio à ajuda do Reino Unido, estão a ser equacionadas.

Uma dela visa dar suporte extra à Plataforma de Aprofundamento do Sector Financeiro do Reino Unido, que melhorará os sistemas e regulamentos financeiros de 45 países em desenvolvimento na África, para aumentar a confiança dos investidores internacionais.

Pretende-se liderar o caminho para impulsionar produtos financeiros ecológicos e melhorar o acesso a contas e empréstimos bancários para empreendedores africanos.