Segundo os dados do BNA, as reservas internacionais apresentaram uma redução de 2,1% em Março deste ano face a Março de 2022, ao sair de 14,4 mil milhões USD para os referidos 14,1 mil milhões USD.

Se comparado com Janeiro de 2023, as reservas internacionais apresentaram um ligeiro aumento ao sair de 14,07 mil milhões para 14,08 mil milhões USD. Por sua vez, em comparação com o mês de Fevereiro assiste-se a um aumento de 1,4%, ao sair de 13,9 mil milhões USD para 14,1 mil milhões USD.

No entanto, o economista Carlos Lumbo considera este ligeiro aumento das reservas internacionais insignificantes e acrescenta que estão num nível estacionário.

“São variações insignificantes, estas podem variar para cima ou para baixo. Em termos gerais espero que até ao fim do ano ou para um futuro próximo o nível se mantenha estacionário ou mais além até”, acrescentou.

O comportamento das reservas, continuou, tem muito a ver com a postura do BNA, as reservas só aumentam ou diminuem de forma significativa se o BNA adoptar uma postura activa comprando ou vendendo consideráveis divisas no mercado cambial, só assim é que variam.

De acordo com o economista, o BNA devia deixar de ter uma atitude passiva e passar a ter uma atitude mais activa, numa altura como esta em que o preço do petróleo ainda é alto.

“O BNA devia estar a fazer pequenas compras de divisas para reforçar as reservas para que no futuro quando começarmos a ter crise cambial, queda significativa no preço de petróleo, o BNA tenha reservas em quantidades suficientes para ir injectando divisas o que iria no sentido de atenuar os efeitos da crise de uma eventual crise cambial”.

A título de exemplo, Carlos Lumbo apontou que em 2013 o país tinha reservas internacionais a um nível de aproximadamente 30 mil milhões USD e mesmo assim se viu as consequências da crise. “Imagina se tivermos uma crise semelhante a de 2014, agora que temos 13 mil milhões USD apenas de reservas, as consequências serão desastrosas”, rematou.