As declarações do sindicalista surgem no âmbito do processo de restruturação em curso naquela instituição, mas faz fé nas palavras do Presidente da República, João Lourenço, segundo as quais o processo não vai pôr em causa os postos de trabalho.
Em declarações a E&M, a margem da palestra sobre “Memórias da banca”, promovido, a 14 de Agosto, pelo Banco Nacional de Angola (BNA) para celebrar os 44 anos da actividade bancária no país, o responsável sindical sublinhou que o sindicato está atentando e vai acompanhar o processo do BPC, pois, o emprego é sempre preocupação dos sindicatos.
Com 26 bancos a operarem no mercado angolano, ao todo o sector bancário emprega 23 mil funcionários e as condições de trabalho dos funcionários dependem da estrutura de custo de cada banco por essa razão não são uniforme.
Na actividade, o governador do Banco Nacional de Angola (BNA), José de Lima Massano, defendeu a necessidade dos trabalhadores bancários continuarem a trabalhar com honestidade, profissionalismo para que o país tenha um sistema financeiro sólido e robusto.
Segundo o mais recente estudo da MIRA – Market Inteligence Research, sobre indicadores de satisfação bancário (ISB-2019), mais de 96% clientes dos clientes bancários estão satisfeitos com os serviços prestados.
O estudo da Market Inteligence Research, em posse da E&M procurou auscultar clientes das diferentes franjas da sociedade e níveis de instrução, desde biscateiros, desempregados, estudantes e reformados, num total de 4305 indivíduos com conta bancaria.
Os trabalhadores foram os mais inquiridos, representando 44,0% do total. Já no que diz respeito a instrução os que têm menos que o ensino médio foram os mais inquiridos, 18%, contra por exemplo, 11% dos licenciados/ pós- graduação.
O ISB-2019, elegeu o Banco de Fomento Angola (BFA), como melhor banco. Com essa escolha, o BFA manteve a posição de melhor banco que já conquistou em 2018, sendo este o BAI conquistou algumas posições, nomeadamente, ao atributo da inovação.
Ou seja, no Top 5, que analisou, a preferência sobre o banco que mais se preocupa e mais respeita os clientes, perfilaram o BFA (24%), BAI (17%), BIC (13 %), Millennium Atlântico (12%)e Sol (10%).
O presidente da SNEBA reconhece a necessidade dos quadros do sector continuarem a trabalhar com rigor, honestidade e profissionalismo, para que a banca continue a ser uma referência na sociedade.
Entretanto, esclarece que a qualidade dos funcionários e por conseguinte dos serviços a prestar não se adquirem na universidade mas no trabalho, com a experiência e as entidades empregadora a obrigação de dar formação aos seus funcionários se quiserem exigir mais.
Por seu turno, o ex-governador do BNA, António Inácio, que exerce actualmente o cargo de presidente do Banco de Investimento Rural (BIR), entende que o país tem actualmente um sistema bancário saudável, porque os trabalhadores têm uma contribuição bastante notável neste aspecto.
Ressaltou que no início desse processo, a banca tinha poucos quadros, mas hoje podem se orgulhar pelo facto do sector ter trabalhadores com conhecimentos sólidos, bem dotados e que têm estado a contribuir para o crescimento do sistema financeiro bancário.
No quadro das transformações político-económicas que vinham sendo realizadas e tendo em atenção a importância do sistema monetário e financeiro do país, o Governo confiscou o activo e o passivo do então Banco de Angola (instituição que detinha o direito exclusivo de emissão de notas de Banco) e criou em Novembro de 1976, o Banco Nacional de Angola (BNA), com funções de Banco Central, Banco Emissor, Caixa do Tesouro e de Comércio Bancário.
O trabalho exaustivo realizado por esse grupo de trabalhadores, segundo António Inácio é um marco historicamente determinante da banca em Angola, tendo sido proclamado a 14 de Agosto de 1980 como “Dia do Trabalhador Bancário”.
A data ainda não fui institucionalizada mas, o 14 de Agosto já é comemorada como o Dia do trabalhador bancário. O governador do BNAe o presidente da SNEBA estão alinhados em começarem a trabalhar para a institucionalização da data.
Dados do BNA indicam que o sector financeiro bancário em Angola conta com mais de 23 mil empregados, 70% dos quais sem o ensino superior concluído, correspondendo a 16 mil e 100 trabalhadores, e seis mil e 900 graduados (30%).