A taxa de efectivação de investimentos em projectos emergentes desenvolvidos pelas startups angolanas que participaram nas duas últimas edições do Angola Startup Summit (2022 e 2023) esteve abaixo do esperado, de acordo com o administrador do Instituto Nacional de Apoio às Pequenas e Médias Empresas (INAPEM), Bráulio Augusto.

Segundo o executivo, que falava à margem da conferência de apresentação da edição 2024 do Angola Startup Summit 2024 By Unitel, nas edições anteriores do certame, foram identificadas “algumas manifestações de interesse” de investidores, mas longe do que os promotores esperavam. No entanto, acredita que a situação prevalecente vá resolver-se com a esperada aprovação da futura lei das startups.

“Tivemos, sim, algumas manifestações de interesse, mas, em termos da taxa de efectivação, ainda estamos abaixo daquilo que era esperado, temos de reconhecer isso. Estamos a trabalhar junto de parceiros privados que têm estado a movimentar esta classe”, referiu, afirmando que a futura lei trará à tona a necessidade de um melhor alinhamento entre as instituições públicas e privadas, bem como uma melhor conceituação do termo startup.

À Economia & Mercado, Bráulio Augusto disse, ainda, que o desafio de atrair investidores para as empresas emergentes passa, essencialmente, por garantir o conforto e a segurança jurídica necessária para fomentar o surgimento de modelos alternativos de financiamento a este tipo de projectos como investidor-anjo, capital de risco, crowdfunding, entre outros, com capacidade para apoiar a implementação e a escalabilidade de modelos inovadores.

Para o entrevistado, este tipo de marcos legais “acaba não só por trazer benefícios” para quem empreende (startup), como também para quem deseja investir”, mas “primeiro é importante consolidar” o quadro legal, que “é necessário” por conta do risco que estes negócios apresentam, adverte.

Garantiu, neste sentido, que o INAPEM está a trabalhar em estreita colaboração com os seus parceiros, público e privado, para garantir um maior alinhamento entre a oferta de soluções de investimento versus a procura efectiva por este capital.

“Queremos criar o melhor ambiente para que isso aconteça de forma mais tranquila e segura possível”, adiantou o administrador do Instituto Nacional de Apoio às Pequenas e Médias Empresas.

Neste ano, o Angola Startup Summit 2024 by Unitel decorrerá de 16 a 18 de Maio, no Centro de Convenções de Talatona, em Luanda, sob o lema ‘Fomentar novos modelos e verticais de negócios para diversificar a economia’. São esperadas no evento cerca de 150 startups. 

Número de startups reduz

Em 2023, o Angola Startup Summit, juntou, também em Luanda, 165 startups, mais 15 iniciativas do que o esperado este ano.

Decorrida com o objectivo de estimular as iniciativas inovadoras, a última edição premiou as melhores iniciativas através do capital de risco e crowdfunding, nas categorias  ‘MEP Challenge’, ‘Governador Challenge’ e ‘BCI Challange’.

Na categoria ‘MEP Challenge’, a Toque Média arrecadou 10 milhões de Kwanzas do ex-Ministério da Economia e Planeamento, com o projecto ligado ao sector da restauração. 

A ‘Baika Pay’, solução tecnológica sobre o parqueamento na cidade de Luanda, conquistou o prémio ‘Governador Challenge’, tendo recebido 10 milhões Kz, financiado pelo Governo Provincial de Luanda.

Já a startup INOKU, que apresentou a melhor solução tecnológica de agronegócio, denominada SIA (Sistema Integrado Agrário), venceu na categoria ‘BCI Challange’, angariando o mesmo valor, atribuído pelo Banco de Comércio e Indústria (BCI). 

Por sua vez, a multinacional Deloitte ofereceu planos de negócios às startups vencedoras, enquanto a PwC, outra multinacional, se comprometeu a prestar consultoria jurídica, contabilística e de gestão, e a multinacional KPMG ofereceu a internacionalização dos projectos.

O Angola Startup Summit agrega facilidades e instrumentos de financiamento para as Startups e MPMEs. Durante o evento, estarão disponíveis produtos financeiros ajustáveis às necessidades e aos estágios das iniciativas empreendedoras e empresariais.