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Total suspende operações em Moçambique

Isabel Bernardo
29/3/2021
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Foto:
DR

A petrolífera, que na quarta-feira manifestou a intenção de retomar os trabalhos para exploração de gás no norte de Moçambique, anunciou a suspensão das suas operações após um ataque 'jihadista'.

De acordo com um comunicado citado pela AFP, a Total "não tem vítimas a lamentar no pessoal que trabalha no local do projecto" em Afungi, a 10 quilómetros da localidade de Palma, mas vai "reduzir os trabalhadores ao mínimo", e a "reactivação do projecto ponderada esta semana fica suspensa".

O ataque desencadeado na quarta-feira na vila de Palma, e que no sábado entrou no seu quarto dia, é o mais grave junto aos projectos de gás após três anos e meio de insurgência armada à qual a sede de distrito tinha até agora sido poupada.

Fontes contactadas pela Lusa disseram que Palma continuou ocupada por rebeldes armados, enquanto prosseguiam operações para evacuar a vila e também a zona dos projectos na península de Afungi.

Cerca de 200 expatriados refugiaram-se nochotel Amarula, em Palma, desde quarta-feira à tarde, quando o ataque armado à vila começou.

Entre elas há trabalhadores de várias nacionalidades ligados às empresas que trabalham no projeto de gás natural liderado pela petrolífera francesa Total.

Na quinta-feira, começaram operações de resgate do hotel para dentro do recinto protegido da petrolífera Total, a seis quilómetros, acções que continuaram na sexta-feira, altura em que uma das caravanas foi atacada, disse à Lusa fonte que acompanha as operações.

Pelo menos um empreiteiro sul-africano foi morto e vários outros encontram-se desaparecidos, noticiou a imprensa sul-africana.

Um português ficou ferido numa operação de resgate de Palma, confirmaram as autoridades portuguesas.

A violência que grassa desde outubro de 2017está a provocar uma crise humanitária com quase 700 mil deslocados e mais de duas mil mortes.

Algumas das incursões foram reivindicadas pelo grupo 'jihadista' Estado Islâmico (EI) entre junho de 2019 e Novembro de 2020,mas a origem dos ataques continua sob debate.