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“Ainda há a preferência pelos serviços presenciais”

Ladislau Francisco e José Zangui
18/1/2022
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Foto:
Carlos Aguiar

Pedro Castro e Silva, administrador do Banco Nacional de Angola (BNA), falou, em exclusivo à E&M, sobre o processo de digitalização bancária no país e o seu importante impacto na inclusão financeira.

Qual é o ponto de situação da digitalização bancária em Angola?

A digitalização financeira é um processo que já se tem feito sentir há algum tempo no país. Veja que hoje a maior parte dos fundos são transaccionados de forma electrónica.

O BNA está preparado para os desafios da digitalização financeira?

Temos a responsabilidade não só de gerir o próprio BNA, mas também a banca comercial, enquanto supervisor. No BNA temos implementado algumas iniciativas de digitalização, sempre que é possível desmaterializar o papel, atendendo também à nossa preocupação com o ambiente. Evitamos, por exemplo, o uso de papéis na tramitação interna, usando-o apenas quando temos de mandar ofícios para fora do banco. Temos também incentivado a digitalização dos bancos comerciais nos serviços que prestam aos clientes e, mais recentemente, temos incentivado aos não-bancos, por exemplo, a Unitel, Money, Guita, a oferecer serviços financeiros por via dos telemóveis e não propriamente por via de uma conta bancária.

Concorda com a ideia segundo a qual a aceleração digital hoje é um imperativo?

Sem dúvidas, estamos numa fase de transformação digital em todos os sectores, não apenas no sistema financeiro, e esse é o caminho.

Quais são os pontos em que mais incide a digitalização no nosso país?

Nos últimos 10 ou 15 anos, a digitalização incidiu sobre canais de atendimento aos clientes mais expeditos, por via dos serviços de internet banking e os vários serviços de banca por telemóvel. Na digitalização, a grande novidade são os pagamentos instantâneos e a possibilidade de inclusão financeira.

Podemos, então, dizer que as soluções digitais são já as preferidas dos usuários dos serviços bancários?

Ainda há a preferência pelos serviços presenciais, por conta da proximidade com o gestor de conta, mas é verdade que o número de clientes que usa os serviços digitais está a aumentar. E destaco aqui a preferência pelos serviços de transferência.

Quais as políticas do BNA para alargar a inclusão financeira?

São muitas. Falámos do Unitel Money, por exemplo, mas também está em curso um estudo para a implementação de moedas digitais, que é uma tendência mundial e, neste contexto, as criptomoedas já não estão sozinhas na arena internacional, já que existem iniciativas dos bancos centrais e de empresas particulares de tecnologia na emissão destas formas de pagamentos. Em relação à inclusão financeira, ela não é feita apenas pelos bancos. Existem outros operadores que podem ajudar nesse processo. O BNA tem trabalhado com as Fintech, que são pequenas organizações que actuam em diferentes sectores do Sistema Financeiro, podendo vir a receber licenças para prestar serviços de pagamento, no sentido de ajudarem no processo de inclusão financeira em Angola.

Leia oartigo completo na edição de Janeiro, já disponível no aplicativo E&M para Android e em login (appeconomiaemercado.com).

Pedro Castro e Silva, administrador do BNA

"There Is still a preference for face-to-face services"

Pedro Castro e Silva, director of the National Bank of Angola (BNA), spoke exclusively to E&M about the banking digitalization process in Angola and its significant impact on financial inclusion.

What is the status of bank digitalization in Angola?

Financial digitalization is a process that has been ongoing in the country for some time now. Currently, most funds are traded electronically.

Is the National Bank of Angola prepared for the challenges of financial digitalization?

We have the responsibility not only to manage BNA itself, but also the commercial banks, in our capacity as the overseeing entity. At BNA, whenever possible, we implement digitalization initiatives to do away with papers and thus protect the environment. For example, we avoid using paper for internal documents; we use paper only when we have to send documents outside the bank. We have also been encouraging commercial banks to digitalize the services they provide to their customers, and more recently we have encouraged non-bank institutions, for example Unitel Money, Guita, to provide financial services via cell phones rather than via a bank account.  

Do you agree with the idea that digital acceleration is currently a must?

Without a doubt we are going through digital transformation in all sectors, not only in the financial system, and that is the way forward.

Where is digitalization most prevalent in our country?

In the last 10 to 15 years, digitalization has focused on implementing more expedient customer service channels via internet banking and various cell phone banking services. In digitalization, the big news is instant payments and the possibility of financial inclusion.  

So, can we say that nowadays digital solutions are the preferred means of transactions for bank services users?

There is still a preference for face-to-face services, because of the proximity with the bank account manager. But it is true that the number of customers using digital services is increasing, mainly as far as transfers are concerned.

What are BNA's policies to expand financial inclusion?  

There are many. I have mentioned Unitel Money, for example, but a study is also underway for the implementation of digital currencies, which is a global trend. Cryptocurrencies are no longer alone in the international arena, as there are initiatives from central banks and private technology companies to implement these forms of payments. With regards to financial inclusion, it is not done by banks only. There are other institutions that can help in this process. BNA has been working with Fintechs, which are small organizations that operate in different sectors of the Financial System. These organizations and may be granted licenses to provide payment services, in order to help in the process of financial inclusion in Angola.

Read the full article in the January issue, now available on the E&M app for Android and at login (appeconomiaemercado.com).