Arrancou hoje o programa “Crescer Juntos”, que nasce para apoiar projectos e Organizações Sociais (ONGs) nas áreas da educação, saúde, cultura, direitos humanos e entres outros, e que estão a empreender soluções de combate à pobreza e capazes de actuar nas causas socias em Angola, de acordo com as declarações do Presidente da Comissão Executiva (PCE), Hugo Teles, apresentadas na conferência do programa.

Segundo o responsável, as candidaturas estão abertas e as Organizações Socias têm até o dia 30 de Agosto para se inscreverem. Para isso, estas instituições podem aceder o site do Banco BIC ou levantar uma ficha de inscrição nas agências do banco.

Em Setembro, as ONGs pré-seleccionadas serão contactadas para que forneçam mais detalhes sobre o trabalho que fazem e também para fornecerem documentos que a equipa gestora do programa possa considerar necessários para a melhor avaliação da candidatura.

As ONGs finalistas serão apresentadas ao Conselho Consultivo do programa, que contará com personalidades do ecossistema empresarial, com forte visão social,  de instituições da sociedade civil, para serem aprovadas e receberem o apoio previsto.

Para o pontapé de saída do programa do banco BIC, foram seleccionadas três organizações sociais, nomeadamente o Centro Médico Boa Nova, a Orquestra Camunga e a JOBAB.

Para além do apoio financeiro, o programa tem também como objectivo dar formação, mentoria e visibilidade para as organizações sociais apoiadas. Qualquer entidade, quer seja colectiva ou particular, está convidada a participar da iniciativa, com uma doação financeira, um bem ou serviço, dependendo muito da disponibilidade dos seus recursos.

Com a ambição de se tornar a maior plataforma de Responsabilidade Social de Angola, o programa foi delineado pela Athu, consultoria especializada em desenvolvimento humano e que, neste âmbito, fez juntar-se à sua equipa o Dr. Celso Grecco, especialista internacional em Responsabilidade Social e Finanças Sociais.

Segundo a directora da Athu, Ágata Russel, o especialista Celso Grecco já implantou projectos de Responsabilidade Social em cerca de 14 países. “Para além de ter sido reconhecido pela Organização das Nações Unidas (ONU) e internacionalmente premiado pelo seu pioneirismo como criador da primeira Bolsa de Valores Sociais do mundo, para a Bolsa de Valores do Brasil, são razões suficientes para termos connosco neste enorme desafio, para o qual fomos desafiados pelo Banco BIC”, precisou.

O especialista em Responsabilidade Social, Celso Grecco, defende que é necessário evoluir da filantropia caridosa para o investimento social privado. “Doar não diz respeito apenas a passar a caneta no cheque e a borracha na consciência. É preciso acompanhar o dinheiro doado, porque ele sai do mesmo bolso do dinheiro que poupamos e queremos ver crescer. A doação, quando tratada como um investimento social, também faz crescer resultados sociais”, explica o especialista.

Em nota de conclusão, o PCE, Hugo Teles, endereçou um apelo à participação no programa. “Somos gestores de capitais financeiros. A nossa ambição é a de também seros percebidos como gestores do capital social e da riqueza que só pode ser encontrada nos corações das pessoas que acreditam que as coisas podem ser melhores. Por isso, queremos que toda a gente pensa assim, se junte a nós”, finaliza.