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BNA ‘larga’ quase 2 mil milhões USD em Janeiro e Fevereiro, mas “volumes parecem ser insuficientes”

Victória Maviluka
29/4/2024
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Foto:
DR

Manuel António Tiago Dias recordou que, face à liberalização do mercado cambial, o BNA vê-se limitado na sua acção, realizando apenas intervenções pontuais.

O Banco Nacional de Angola (BNA) disponibilizou, entre Janeiro e Fevereiro deste ano, quase 2 mil milhões de dólares, mas estes valores “parecem ser insuficientes” para atender às necessidades do mercado cambial, observou o governador do banco central.

Falando, recentemente, à imprensa, em Luanda, Manuel António Tiago Dias recordou que o mercado continua a registar uma “forte procura” por moeda estrangeira, o que “está, naturalmente, relacionado” com a nossa “excessiva dependência” do exterior.

“Antes de Maio do ano passado, em média, eram transaccionados cerca de 1,2 mil milhões de dólares, posteriormente, no segundo trimestre, eram comercializados à volta dos 700 milhões. Mas, no início deste ano, com as vendas pontuais que o Tesouro Nacional fez, os bancos comerciais adquiriram 990 milhões de dólares, e, no mês de Fevereiro, 1 mil milhão, volumes que são consideráveis, mas, ainda assim, parecem ser insuficientes”, sublinhou.

O líder do banco central recordou o modelo de câmbio flutuante, em vigência no País, e a existência, no mercado, de um conjunto de instituições bancárias que “já têm uma tradição histórica” em termos de negócios com outros bancos, o que faz com que “haja, naturalmente, uma concentração das operações bancárias”.

“Nós, banco central, entendemos que não devemos interferir na escolha dos operadores quer do sector petrolífero, quer do sector diamantífero, porque são instituições relativamente importantes no nosso mercado, e, do lado do banco central, não pode haver aí qualquer interferência”, realçou.

Manuel António Tiago Dias recordou que, em face da liberalização do mercado cambial, o órgão regulador da actividade bancária no País vê-se limitado na sua acção, realizando apenas intervenções pontuais.

“O nosso espaço de manobra é extremamente limitado, uma vez que liberalizámos o mercado cambial. Mas entendemos que as intervenções pontuais do Tesouro Nacional no mercado cambial poderão atenuar este problema, uma vez que o Tesouro, quando intervém no mercado, acaba por vender divisas praticamente a todos os operadores”, concluiu.