Marca-se hoje, 24 de Agosto de 2022, um dia histórico para as eleições em Angola, não só por ser o processo mais disputado, mas também por ser a primeira vez que 45 mil angolanos na diáspora participam de um dos momentos cruciais de decisão do país.
O processo de voto foi aberto às 7 horas em todo o território nacional. O candidato do MPLA, João Lourenço, foi o primeiro a depositar o seu voto na urna da Assembleia nº 105, às 8 horas, pontualmente, na Universidade Lusíada, cidade baixa, apelando aos eleitores para que exerçam o seu direito de voto. “Acabámos de exercer o nosso direito de voto, é rápido e é simples”, disse João Lourenço, acompanhado pela mulher, Ana Dias Lourenço, exibindo o dedo indicador com a tinta indelével e convidando os cidadãos eleitores a fazerem o mesmo.
No meio de uma enorme confusão que envolvia João Lourenço, para registar aquele momento, o candidato do MPLA salientou que todos saem a ganhar. “É a democracia que ganha, é Angola que ganha”, declarou.

Por sua vez, o candidato da UNITA, maior partido da oposição, Adalberto Costa Júnior, exerceu o seu direito voto por volta das 8h30min, na mesa nº1, da Assembleia nº 805, no bairro 28 de Agosto, no distrito Urbano do Nova Vida, município do Kilamba Kiaxi, ladeado também por uma multidão. Na sua intervenção, apelou aos eleitores a participarem no acto simbólico que marca a festa das eleições no país. “Foi com grande satisfação que depositei o meu voto. Hoje é dia de festa, um dia histórico para Angola. Eu fiz a minha actualização no Nova Vida e percebi que fui deslocado para um outro local e fiquei satisfeito, votei no meio do meu povo”, disse. No entanto, o candidato da UNITA acrescentou. “Constatei que a votação está a ser feita sem cadernos eleitorais distribuídos aos fiscais, apenas um caderno eleitoral na mesa, mas ainda assim faço um apelo a todos os angolanos, vamos todos ao voto, hoje é um dia que espero que todos votem num ambiente de absoluta tranquilidade e de respeito pelas leis e, portanto, que possamos cumprir com a festa que são as eleições”, afirmou.

Já o líder da terceira força partidária, CASA-CE, Manuel Fernandes, que votou na assembleia nº 974, no complexo escolar do bairro Militar, em Talatona, disse estar confiante na vitória, mas assinalou que está preparado para os dois possíveis resultados nestas quintas eleições gerais. O presidente da CASA-CE afirmou que o processo de votação decorre com normalidade e que este é um momento que ficará marcado na história da democracia angolana. “Hoje é o dia mais importante deste exercício, e o processo está a correr com normalidade. Hoje não é o dia do tudo ou nada, é apenas um exercício de escolha para os próximos cinco anos, que vai marcar a história da democracia angolana”, reflectiu.

O candidato do Partido de Renovação Social (PRS) à Presidente da República, Benedito Daniel, votou às 9 horas, manifestando o sentimento de alegria e de dever cumprido e exortando à afixação das actas sínteses nas assembleias. “Pode haver uma ou outra questão, mas esperamos que se possa afixar nas assembleias de voto as actas sínteses que revelam os resultados efectivos da votação”, apelou o líder do PRS, após execer o seu direito de voto na assembleia nº 1.377, no Instituto Superior Politécnico do Bita, em Luanda.

O candidato da FNLA, Nimi a Simbi, votou no município de Viana. Depois de exercer o seu direito de cidadania, o líder do partido dos irmãos referiu estar confiante na vitória das eleições. “A minha expectativa é ganhar as eleições, porque ninguém entra numa luta para perder. Desta vez, vamos conseguir muitos deputados. Eu continuo sempre a insistir, a FNLA vai ser Governo”, reiterou.

Já a candidata do Partido Humanista de Angola (PHA), Belas Malaquias, depois de ter votado por volta das 10h30min, no Maculusso, na assembleia no distrito urbano das Ingombotas, em Luanda, apelou às mulheres para votarem, por ser um momento único que vai decidir as suas condições por longos cinco anos. “Votar é decidir e sinto-me bem, com o dever cumprido. Para as mulheres este é o momento para se agarrar porque podem já não ter mais momento como este”, avisou.

Os candidatos da Aliança Patriótica Nacional (APN) e P-JANGO foram unânimes em considerar que o processo decorre com tranquilidade e sem sobressaltos, e estão também crentes na vitória à Presidência da República.

As quintas eleições gerais em Angola perpetuam a disputa entre os dois principais e maiores partidos do país, o MPLA (actual Governo) e UNITA (oposição), que tentam conquistar a maioria dos 220 lugares da Assembleia Nacional.

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