3
1
PATROCINADO

“Deixem-me só trabalhar"

Sebastião Vemba
20/4/2021
1
2
Foto:
DR

Quando foi empossada ao cargo de governadora, em Junho de 2020, Joana Lina afirmou que tinha vindo “para a província de Luanda para trabalhar” e que os habitantes da capital poderiam contar consigo.

A responsável reconheceu que a população luandense já enfrentava várias dificuldades económicas – além das sociais –, muitas delas agravadas pela Covid-19, considerando que a província se mantinha em cerca sanitária desde Março de 2020, situação que, actualmente, está vigente. Mas afirmou que, se todos trabalhassem em conjunto, as soluções para ultrapassar as adversidades seriam encontradas de forma mais rápida.

Sendo Luanda uma província problemática, com vários conflitos de interesse entre o poder central e o local, que contribuem para o agravar de alguns dos problemas estruturais com que a cidade se depara, admita-se que seria ilusório esperar por uma melhoria radical em tão pouco tempo. Infelizmente, houve, sim, uma deterioração radical do sector do saneamento básico luandense, depois de uma medida de gestão mal sucedida, que levou ao rompimento do contrato entre as operadoras de saneamento e o Governo Provincial de Luanda, sem, entretanto, ter sido acautelada a continuidade mínima dos serviços, o que evitaria o actual estado calamitoso da cidade.

Passados nove meses, Joana Lina ter-se-á esquecido do seu compromisso inicial, que era o de promover uma governação participativa da cidade, para que, rapidamente, se encontrassem as soluções para as adversidades que apoquentam os luandenses, como é o caso do lixo, que virou vizinho de cada um nós, com todas as consequências associadas, como o surto de doenças, em particular o paludismo, a principal causa de mortes no país.

Quando questionada, recentemente, pela imprensa sobre o que estava a ser feito para ultrapassar o problema do saneamento básico, a governante, num tom pouco simpático, retorquiu: “Deixem-me só trabalhar, trabalhar, única coisa que sei fazer, trabalhar”. Para que conste, a prestação de contas, a comunicação regular e transparente e a Comunicação social são princípios indispensáveis de uma governação participativa.

Leia o artigo completo na edição de Abril, já disponível no aplicativo E&M para Android e em login (appeconomiaemercado.com).

“JUST LET ME WORK…”

When she was sworn in as a Governor in June, last year, Joana Lina stated that she had come “to the province of Luanda to work” and that the residents of the Angolan capital could count on her.

The Government Official acknowledged the population of Luanda was already facing various economic challenges (in addition to the social ones), many of which have been aggravated by Covid-19, given that the province remained, and still is, under sanitary fence since March 2020.She declared that, if everyone works together, solutions to overcome these challenges would be found more quickly.

Since Luanda is a challenging province, with several conflicts of interest between the central and local authorities, contributing therefore to the exacerbation of some of its structural problems, we should acknowledge that it would be unrealistic to expect a radical improvement within a short time frame. Unfortunately, there has been, indeed, a radical deterioration of the province’s sanitation sector, following an unsuccessful management action, which has led to the termination of the contracts between the cleaning service companies and the Provincial Government of Luanda.

However, no actions were taken in order to guarantee the continuity of the minimum services as these could have pre vented the current catastrophic condition of the city. After nine months, Joana Lina may have forgotten her initial com mitment to promoting participatory governance in the city, so that solutions could be found quickly to address challenges affecting its residents.

This is the case of the waste, a neighbor of each one of us, with all the associated consequences, such as outbreak of diseases, particularly malaria, the leading cause of deaths in the country. When asked recently by the press about what was being done to address the basic sanitation problems, the Governor, in an un friendly tone, replied: “Just let me work; work is the only thing I know how to do, work”. For the record, accountability, regular and transparent communication, and social communication are key principles embedded into the participatory governance.

Read the full article in the April issue, now available on the E&M app for Android and at login (appeconomiaemercado.com).