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Desafios do Compliance Officer – Parte II: Um Franco Conselheiro

João Dono e Priscila Blanchard
12/10/2020
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Foto:
Arquivo

Entre nós, a franqueza é, muitas vezes, substituída pela chamada “bajulação”. O Compliance Officer não pode e não deve ser, em caso algum, um “Bajú”.

Quem avisa amigo é! Trata-se de um ditado antigo, mas sempre presente e útil. O ser humano, por natureza, tem dificuldades em lidar com a verdade, sobretudo, quando ela é dita nua e crua. É muito mais fácil receber (falsos) elogios de (falsos) amigos. Contudo, é bom não esquecer de que, infelizmente, os prazeres temporários, de hoje, podem ser sintomas de grandes fracassos, amanhã.

No mundo empresarial, a verdade e a franqueza devem ser princípios orientadores das nossas caminhadas. As decisões são tomadas com base em pressupostos e, é crucial que os pressupostos sejam verdadeiros e transmitidos por pessoas francas e leais. Por isso, o Compliance Officer deve ser um conselheiro leal e franco.

Jack Welch, considerado um dos maiores gestores da história, dedica um Capítulo do seu livro, “Paixão por Vencer”, à Franqueza.  Jack alerta-nos para o seguinte: “a falta de franqueza bloqueia as ideias inteligentes, retarda as acções rápidas e impede que as pessoas capazes contribuam com todo o seu potencial. É algo devastador”.

Entre nós, a franqueza é, muitas vezes, substituída pela chamada “bajulação”. O Compliance Officer não pode e não deve ser, em caso algum, um “Bajú”. A Franqueza pode ser um risco para a estabilidade no emprego? Claro que sim! Com certeza! Mas não é algo que deve preocupar um Compliance Officer. O foco deste deve ser a conformidade das acções da empresa e a defesa da cultura ética.

Uma futura Ordem dos Profissionais do Compliance deverá prever um juramento, onde, entre outros aspectos, deve o profissional jurar o seguinte “juro defender os interesses da empresa, lutar, diariamente e incessantemente pela conformidade dos seus actos, defendendo e promovendo uma cultura ética, sendo um conselheiro leal e franco da alta administração.”

Entretanto, para ser um bom conselheiro, para além da franqueza, deve, o Compliance Officer, conhecer bem o negócio e o seu modo de funcionamento. Não basta usar fato e gravata e ser franco. Pois, a franqueza da ignorância pode ser tão ou mais prejudicial que a mentira do “Bajú”. É preciso conhecer o negócio e as pessoas, de topo à base, da base ao topo, da esquerda para direita e vice-versa. Quando mais profundo for o conhecimento, melhor serão os conselhos e as recomendações.  Um bom Compliance Officer deve ter as qualidades de um grande gestor, deve ler e aprender com os grandes como Jack Welch, devendo contribuir, efectivamente, para sucesso e crescimento da empresa.