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“Está na hora de Angola instituir um centro de estudos para a Paz” - padre Celestino Epalanga, da CEAST

Victória Maviluka
4/4/2024
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Foto:
Isidoro Suka

Secretário-geral da Comissão de Justiça e Paz da CEAST diz que devem fazer parte da estrutura pessoas interessadas em estudos sobre paz, “não necessariamente políticos”.

Angola possui experiência de resolução de conflito que justifica a institucionalização de um centro de estudos para a Paz, sugere o secretário-geral da Comissão de Justiça e Paz da CEAST (Conferência Episcopal de Angola e São Tomé (CEAST), Celestino Epalanga.

Em declarações exclusivas à E&M a propósito dos 22 anos de Paz e Reconciliação Nacional, que se assinalam nesta quinta-feira, 4 de Abril, o prelado católico recorda que, depois de terem passado por um “largo tempo de conflito”, os angolanos conseguiram “superar as diferenças” e conquistar a paz.

“Penso que, dada a responsabilidade que Angola tem, sobretudo aqui ao nível dos países dos Grandes Lagos, está na hora de Angola, através do seu Governo ou de qualquer outro órgão público ou privado, instituir um centro de estudos para a Paz”, avança.

O também docente universitário considera que a paz “é uma tarefa infinita”, pelo que se precisa “educar as novas gerações” na cultura de paz, produzindo conhecimento “ao serviço da paz”.

Celestino Epalanga assinalou que Angola tem lição a dar à África e ao mundo em relação à resolução de conflito armado: “Não devemos fechar-nos, devemos abrir-nos para partilhar, tal como a experiência sul-africana é conhecida em todo o mundo, obviamente, porque não ficou só por aí com a constituição da Comissão de Verdade e Reconciliação. Foi necessário criar instituições afins”.

O prelado católico sugere que devem fazer parte da estrutura de um centro do género pessoas interessadas em estudos sobre paz, sobretudo académicos, historiadores, pessoas formadas em Ciências Políticas e Relações Internacionais.

“Não têm de ser necessariamente políticos a integrarem um centro desses”, observou o secretário-geral da Comissão Episcopal de Justiça e Paz da CEAST.