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Janeiro e Fevereiro registam temperaturas superiores à média das últimas três décadas

Sebastião Garricha
22/3/2024
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Foto:
DR

Dados do INAMET combinam com a previsão da NOAA, que coloca 2024 na lista dos anos mais quentes da história, superando o recorde de 2023, que registou a temperatura mais altas desde 1850.

Em exclusivo à Economia & Mercado, o Instituto Nacional de Meteorologia e Geofísica (INAMET) revela que os meses de Janeiro e Fevereiro registaram valores médios de temperatura do ar superiores ao valor normal climatológico do período de referência, que compreende os anos de 1991 a 2020, com valores de anomalias superiores a 1 °Celsius em grande parte do território Nacional.

O documento do INAMET destaca a região sudeste, nomeadamente as províncias do Moxico e Cuando Cubango, onde os valores da temperatura do ar foram maiores de 2°Celsius acima do valor normal climatológico, levando em conta o período de referência, que compreende os anos de  1991 a 2020.

Os dados entram em conformidade com a previsão da Administração Oceânica e Atmosférica dos Estados Unidos da América (NOAA, na sigla em inglês), que coloca 2024 na lista dos cinco anos mais quentes da história, superando o recorde do ano 2023, que registou a temperatura mais alta desde 1850.

De acordo com aquela instituição americana, que se dedica, entre outros serviços, ao prognóstico de mudanças do clima, oceanos e costas, a temperatura média da superfície terrestre e oceânica em 2023 foi 1,18 graus Celsius (2,12 graus Fahrenheit) acima da média do século XX de 13,9 graus Celsius (57,0 graus Fahrenheit).

Dados consultados pela E&M revelam que os 10 anos mais quentes, desde 1850, ocorreram todos na última década, à medida que as temperaturas médias globais da superfície (terrestre e marítima) divergiram entre 2014 e 2023 (0,77 e 1,18 graus Celsius) em relação à média do século XX. 

Especialista em saúde pública aponta o consumo de água como 'escudo' para evitar efeitos do aumento da temperatura

Especialistas apontam riscos de saúde pública com aumento da temperatura

Jeremias Agostinho, especialista em saúde pública, e Sarah Kapnick, cientista-chefe da Administração Oceânica e Atmosférica dos Estados Unidos da América (NOAA, na sigla em inglês), apontam para os riscos que podem advir do aumento da temperatura.

Para Jeremias Agostinho, o fenómeno da insolação, conhecido pelo aumento da temperatura, leva à desidratação e essa, por sua vez, à morte. Além disso, traz, também, períodos de verão mais intensos, "pode influenciar na época de colheita e aumentar a estatística sobre a fome no País".

À E&M, o especialista em saúde pública entende que, para se prevenir dos efeitos das alterações climáticas, os cidadãos devem optar pelo consumo frequente da água, uso de protetor solar, por causa do efeito da radiação ultravioleta do sol, e pelo uso constante de guarda-sol, para evitar a insolação e queimaduras na pele.

Em comunicado, citada pela Statista.com, Sarah Kapnick sublinha que 2023 "não foi apenas o ano mais quente no registo climático de 174 anos da NOAA", mas que foi, de longe, o mais quente.

"Um planeta em aquecimento significa que precisamos de estar preparados para os impactos das alterações climáticas que estão a acontecer aqui e agora, como eventos climáticos extremos que se tornam mais frequentes e graves", afirma Sarah Kapnick.