Investigadores construíram, com genes de plantas de café de todo o mundo, uma árvore genealógica para o tipo de café mais popular do mundo, conhecido pelos cientistas como Coffea arabica e pelos amantes do café simplesmente como "arábica", com origens na Etiópia.
Com o objectivo de aprender mais sobre as plantas para melhor protegê-las das pragas e das alterações climáticas, os cientistas descobriram que a espécie surgiu há cerca de 600 mil anos através do cruzamento natural de duas outras espécies de café, noticiou a agência Associated Press (AP).
"Por outras palavras, antes de qualquer intervenção humana", frisou Victor Albert, biólogo da Universidade de Buffalo que co-liderou o estudo publicado na revista Nature Genetics.
Investigadores da Nestlé, proprietária de diversas marcas de café, contribuíram para a pesquisa, divulgada nesta segunda-feira, 15, refere a agência Lusa.
Estas plantas de café silvestre são originárias da Etiópia, mas acredita-se que tenham sido torradas e fabricadas pela primeira vez no Iémen, a partir de 1400.
Nos anos 1600, o monge indiano Baba Budan teria contrabandeado sete grãos de café cru do Iémen para a sua terra natal, estabelecendo as bases para a aquisição global do café.
O café arábica, apreciado pelo seu sabor suave e relativamente doce, representa actualmente entre 60% e 70% do mercado global de café e é produzido por marcas como Starbucks, Tim Horton's e Dunkin'.
O resto é robusta, um café mais forte e amargo feito de um dos parentes do arábica, o Coffea canephora.
Para juntar as peças do passado do café arábica, os investigadores estudaram genomas de C. canephora, outro parente chamado Coffea eugenioides, e mais de 30 plantas diferentes de arábica, incluindo uma amostra de 1700 - cortesia do Museu de História Natural de Londres - que o naturalista sueco Carl Linnaeus usou para nomear a planta.