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Parceiro da FAO destaca potencial russo para eliminação da fome em África

Victória Maviluka
6/3/2024
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Foto:
DR

África oferece solos abundantes, zonas agrícolas sustentáveis e produtos que crescem localmente e podem ocasionalmente gerar duas ou três colheitas por ano.

África tem condições para ser auto-suficiente e pode ir à busca do que lhe falta à Rússia, que detém o know-how. Uma correlação de vantagens neste sentido é capaz de eliminar um dos maiores desafios do continente: a fome, afirma a director do Gabinete de Ligação da FAO com a Rússia.

Oleg Kobyakov, falando à imprensa internacional, disse que a FAO quer trabalhar com a Rússia em África, na introdução de práticas agrícolas sustentáveis, gestão de recursos hídricos e redução do desperdício alimentar.  

Considerou que o continente africano tem todas as condições para ser auto-suficiente e, no futuro, poder alimentar inclusivamente outras regiões do mundo.

"África oferece solos abundantes, zonas agrícolas sustentáveis, uma gama diversificada de produtos agrícolas que crescem localmente e podem ocasionalmente gerar duas ou três colheitas por ano, e recursos pesqueiros abundantes", disse, citado pela Angop.

Em relação à oferta russa de 200.000 toneladas de cereais para a luta contra a fome aguda no Burkina Faso, Zimbabwe, Mali, Somália, República Centro-Africana e Eritreia, assinalou que o apoio satisfez 23% das necessidades anuais totais de importação de trigo da Somália, 9% do Burkina Faso e 6% do Mali.

"Nos últimos cinco anos, a Rússia doou cerca de 300 milhões de dólares em ajuda a 30 nações em várias partes do mundo, principalmente em África, através do programa", disse, referindo-se ao Programa Alimentar Mundial (PAM) das Nações Unidas, afiliado à Organização para a Alimentação e a Agricultura (FAO, na sigla em inglês). 

No entanto, observou, estes fornecimentos humanitários devem ser considerados “medidas de emergência e de apoio pontual", frisando que a organização saudaria uma "interacção mais próxima com a Rússia, incluindo no continente africano", com "novas contribuições voluntárias para projectos da FAO que visam, sobretudo, a introdução de práticas agrícolas sustentáveis, gestão de recursos hídricos e redução do desperdício alimentar".

A FAO, agência especializada da ONU no domínio da ajuda ao desenvolvimento, lidera os esforços internacionais de combate à fome, e opera em mais de 130 países.