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PGR constitui arguida presidente do Tribunal de Contas

Agostinho Rodrigues
1/3/2023
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Foto:
DR

A Procuradoria-geral da República (PGR) constituiu hoje arguida a presidente do Tribunal de Contas, Exalgina Gambôa, por suspeita de crimes de peculato, extorsão e corrupção.

Além de Exalgina Gambôa, presidente do Tribunal de Contas, um dos filhos da juíza também foi constituído arguido pelos crimes de extorsão e corrupção, conforme uma nota da PGR recepcionada hoje, terça-feira, 28, pela Economia & Mercado.

Segundo o documento, Hailé Musapé Vicente da Cruz (filho da juíza) não foi ainda notificado sobre o processo-crime por se encontrar no exterior do país.

A PGR informa também que abriu um inquérito para averiguar as denúncias públicas e informações sobre os escandalos que supostamente tiveram lugar no Tribunal de Contas, tendo culminado num processo-crime.

Com efeito, através do MakaAngola o activista e jornalista Rafael Marques apresentou vislumbres sobre o processo-crime em voga, bem como pormenores sobre reuniões entre Exalgina Gambôa com a Presidência.

“No topo de várias denúncias de corrupção, o Presidente tomou conhecimento de que Exalgina Gambôa convocou o ministro dos Petróleos e Recursos Minerais para exigir que este a incluísse, com um por cento, na estrutura accionista da Refinaria do Lobito”, lê-se no portal.
O MakaAngola informa ainda que Hailé Cruz, filho da magistrada, “terá contactado o ministro da Energia e Águas para exigir o negócio multimilionário de construção das linhas de transmissão de alta tensão no projecto de electrificação do país”.

Segundo o órgão, a reunião que teve lugar no dia 14 de Fevereiro, no Palácio da Cidade Alta, contou com a presençado Presidente João Lourença, Exalgina Gambôa (juíza arguida), do ministro do Recursos Minerais, Petróleos e Gás; do ministro da Energia e Águas, do Procurador-Geral da República, Hélder Pitta Groz, além de “testemunhas” como a presidente da Assembleia Nacional e a vice-presidente do MPLA, Carolina Cerqueira e Luísa Damião.

De acordo como jornalista Rafael Marques, a juíza terá dispendido cerca de 4 milhões de dólares (3,7 milhões de euros) do Cofre Privativo do Tribunal de Contas em mobílias para a sua residência particular, apesar de o Estado já lhe ter oferecido uma casa que custou ao Ministério das Finanças 3,5 milhões de dólares.

Neste sentido,o jornalista revela também que Exalgina Gambôa gastou 437 mil dólares,do mesmo cofre, para comprar uma casa para a vice-presidente em Talatona (Luanda).

Na segunda-feira,o Presidente da República, João Lourenço, tinha retirado a confiança política à juíza Exalgina Gambôa, tendo mesmo pedido que esta se demitisse, o que não veio a se efectivar. No entanto, no mesmo dia, a juíza antecipou-se e pediu a sua jubilação a JoãoLourenço, não tendo apresentado a esperada demissão.

Notícia em actualização...

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