A gestora de activos Recredit adquiriu, até 2020, duas carteiras de crédito de cobrança duvidosa do Banco de Poupança e Crédito (BPC)no valor de 288 mil milhões de kwanzas, representando um desconto de 77% em relação ao valor de exposição de 1,24 biliões de kwanzas do malparado do banco.

Dito de outro modo, a Recredit pagou 288 mil milhões pelos 1,24 biliões kwanzas do crédito malparado do maior banco de capital público, que, segundo o PCA da instituição gestora de activos, Valter Barros, já recuperou, até ao fim de Maio último, 37,03 mil milhões de kwanzas, representando 12,8% do valor de aquisição (288 mil milhões de Kz).

O gestor que falava no primeiro seminário de capacitação de jornalistas, em Luanda, salientou que, a instituição a qual dirige, apesar dos custos gerais na ordem dos 16%, tem como missão recuperar acima do valor investido, tal como em qualquer negócio, para obter lucros. Para isso, ainda restam sete anos de recuperação de todos os activos em incumprimento, concretamente, até 2029. “O mais importante não é recuperar o valor total de exposição, mas o valor que foi pago pelo crédito adquirido. O nosso objectivo é devolver ao accionista Estado os 288 mil milhões que pagámos", disse Valter Barros.

Criada a 04 de Agosto de 2016, para exclusivamente recuperar os activos tóxicos do BPC, a Recredit é uma sociedade de direito privado, anónimo e de capitais públicos, onde o maior accionista é o Ministério das Finanças com95% e o Instituto de Gestão de Activos e Participações do Estado (IGAPE) com 5%.