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A preocupante situação das crianças vulneráveis

Cláudio Gomes
23/10/2019
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Foto:
Carlos Aguiar

O mais recente estudo da UNICEF mostra que apenas 1% das crianças no país não sofre privações, enquanto três em cada quatro indivíduos com menos de 18 anos são privados de saúde, educação e nutrição.

Sob o título “a criança em angola: Uma Análise Multidimensional da Pobreza Infantil”, o estudo revela o cenário preocupante dos menores em Angola, com incidência para aqueles que habitam o meio rural. Segundo o levantamento,nas áreas urbanas a maioria das crianças está sujeita a duas ou três privações simultaneamente, enquanto que nas áreas rurais sofre cinco ou seis dimensões de privação simultâneas. “Cerca de 62% das crianças que vivem em áreas urbanas sofrem privações em três ou mais dimensões em simultâneo, enquanto esta percentagem é claramente mais alta nas áreas rurais, chegando a uma taxa efectiva de privações de cerca de 96%”, argumenta a UNICEF.

Além do meio, a geografia também é um imperativo no acesso aos serviços. De acordo com o estudo, Luanda e Cabinda são as províncias com a percentagem mais baixa de crianças com privações em pelo menos três dimensões, com uma taxa de privação de 54% e 56%, respectivamente.

Os dados disponibilizados pela UNICEF indicam o contraste entre Luanda, Cabinda e outras províncias, onde 80% das crianças sofre de privações simultaneamente em três ou mais dimensões.

As taxas mais elevadas de privação encontram-se nas províncias do Cunene (93% com mais de três privações) e do Kwanza Sul (90%), ainda segundo o levantamento da UNICEF.

“No entanto, é importante realçar que mais de metade das crianças em Angola, independentemente da província de residência, sofre de três ou mais privações. Esta constatação exige acções imediatas e efectivas em prol daqueles que construirão o futuro de Angola”, escrevem os técnicos da agência da Organização das Nações Unidas.

O estudo, que pela primeira vez em Angola utilizou a metodologia MODA (Análise de Privações Múltiplas Sobrepostas), incidiu sobre a medição de serviços básicos como a nutrição, saúde, protecção, prevenção da malária, educação, exposição aos meios de comunicação social, habitação e acesso a água e saneamento.

Leia mais na edição de Outubro de 2019

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