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MULHERES NA SAÚDE - Conheça a Drª Cláudia Di Bella

EdicenterLab
11/12/2023
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Foto:
DR

“É importante ser empático, respeitoso e saber ouvir o doente”, afirma Dra. Cláudia Di Bella, Responsável e Coordenadora do Serviço de Internamento da Luanda Medical Center.

“Acho que a minha vocação para a medicina foi algo precoce. Em criança era muito frágil e sentia enorme admiração pelo meu pediatra, o Dr. Marcano, que me consultava em casa, fosse a que hora fosse. Era amoroso e, acima de tudo, dava esperança aos meus pais. Um dos grandes sonhos do meu pai era que eu fosse médica – dizia que eu tinha qualidades para sê-lo. Já adolescente, percebi que tinha, de facto, muita curiosidade sobre doenças e as minhas matérias preferidas eram as Ciências da Saúde. Descobri na Medicina Interna a especialidade mais completa, onde o doente é avaliado de forma abrangente. Não tratamos só a doença do momento, mas uma pessoa doente. Fazemos medicina preventiva (avaliamos doentes a partir dos 18 anos), ou curativa, e prestamos cuidados paliativos, alternativas da nossa especialidade.

Assim, considero importante ser empático, respeitoso e saber ouvir o doente. Nem todos os doentes com malária, por exemplo, vão evoluir da mesma forma e nem todos sentem dor da mesma forma. Por vezes, o doente tem medo, está angustiado e devemos ouvi-lo e informá-lo sobre como está a decorrer o seu processo. Acima de tudo, chamá-lo pelo seu nome e comunicar sempre com a sua família. Acredito firmemente que uma das nossas tarefas enquanto profissionais de saúde, é trabalhar, cada vez mais, o conceito de Inteligência Emocional - colocarmo-nos no lugar do outro.

Cheguei a Angola há quatro anos e comecei a trabalhar no serviço de internamento do Luanda Medical Center, de que hoje sou responsável e coordenadora.

No internamento recebemos os doentes que necessitam de cuidados mais exaustivos e que não podem ser tratados em regime de ambulatório. Aqui, considero fundamental o trabalho em equipa para avaliar o doente de forma multidisciplinar – nem todos necessitam apenas de tratamento cirúrgico, podem também ser hipertensos ou diabéticos. E na medicina existem sempre alternativas para abordar cada situação. Temos de estudar e de nos mantermos actualizados e, nesse sentido, fazemos a gestão de casos clínicos com o médico coordenador da Unidade de Urgência, a Direcção Clínica e a Direcção de Enfermagem, para discussão de processos de doentes internados. Semanalmente, os médicos internistas do serviço discutem casos clínicos que tratámos.”

Leia o artigo na íntegra na edição de Dezembro da E&M.