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Percurso de um homem que ergueu um império no mundo da construção

Agostinho Rodrigues
13/11/2023
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Foto:
DR

Enquanto pessoa é descrito como muito humano, como engenheiro apaixonado pela ciência, como líder, liderava pelo exemplo e pela humildade e, como empresário, era um homem de palavra e de compromisso.

Este é o percurso histórico de um empresário português -  o Eng.º Pedro Pereira Coutinho Teixeira Duarte, que no passado dia 1 de Novembro de 2023 – Dia de Todos os Santos naquele país – morreu deixando de luto a empresa – a Teixeira Duarte.

Partiu com 105 anos de idade e mais de 105 descendentes. Um homem de Família, um Senhor na e para a Empresa e todos os que nela trabalharam.

Nascido a 24 de Agosto de 1918, na Lourinhã, Pedro Pereira Coutinho Teixeira Duarte foi o segundo de três irmãos filhos do Engenheiro Ricardo Esquível Teixeira Duarte, que fora o responsável pelo início da actividade da Teixeira Duarte em 1921.

A Engenharia estava no sangue e a Empresa era quase uma irmã mais nova. Assim, e depois de uma infância e juventude vividas em Lisboa, licenciou-se em Engenharia Civil, pelo Instituto Superior Técnico, em 1946, sendo Engenheiro Especialista em Geotecnia, em título outorgado pela Ordem dos Engenheiros.

Com essa formação, também ela ligada à génese e à actividade da sociedade – que nessa data se designava de “Empresa de Sondagens e Fundações Teixeira Duarte, Lda.” –, o Eng.º Pedro Teixeira Duarte desempenhou vários cargos nas estruturas operacionais da Teixeira Duarte, desde director de Obras de Sondagens, a director de Obras e colaborador em Estudos e Projectos na área da Geotecnia e Engenharia de Fundações, até director do Sector de Sondagens e, mais tarde, também director do Parque e Oficina de Máquinas e Equipamentos.

Com a morte de seu pai em 1959, assume o cargo de Gerente e Director-geral da Empresa, o qual manteria até 1987, data em que a Teixeira Duarte se transformou na Teixeira Duarte - Engenharia e Construções, S.A., passando o Eng.º Pedro Teixeira Duarte a ser presidente do Conselho de Administração até 2008, altura em que, já com 90 anos de idade, deixou de desempenhar qualquer cargo de gestão ou função operacional nas estruturas da Empresa.

Em paralelo e também até essa altura, foi Presidente do Conselho de Administração da sociedade da família que manteve o núcleo central accionistas da Empresa desde a sua constituição até aos dias de hoje, incluindo desde a entrada na bolsa em 1998. Desde 1987 que o seu filho Pedro Maria Calainho Teixeira Duarte desempenhou o cargo de Administrador Delegado da Empresa, tendo-lhe sucedido na presidência do Conselho de Administração da Empresa e do Grupo em 2008, cargo que é actualmente e desde 8 de Outubro de 2021, exercido por Manuel Maria Teixeira Duarte. Durante os seus anos de liderança, apostou, promoveu e incentivou vários colegas que com ele trabalharam décadas no topo da Empresa e do Grupo.

Em 2006, foi agraciado, pelo então Presidente da República portuguesa Jorge Sampaio, com o grau de Grande-Oficial da Ordem do Infante D. Henrique.

Este grupo Económico Português emprega mais de 9 500 pessoas em 22 países e dispõe, actualmente, de 176 empresas que desenvolvem actividade em seis sectores: Construção, Concessões e Serviços, Imobiliária, Hotelaria, Distribuição e Automóvel.

Com sede em Portugal, o Grupo tem negócios espalhados em 4 continentes.  Em África, por exemplo, tem negócios na África do Sul, desde 2011, Angola, desde 1976, Argélia, desde 2003, Cabo Verde, desde 2019, Gabão, desde 2019, Marrocos, desde 2015 e Moçambique, desde 1982. Entretanto, depois de uma actuação na década de cinquenta, a Teixeira Duarte opera continuadamente em Angola desde 1976.

A actuação do Grupo prosseguiu e foi-se alargando a outras áreas, fruto de oportunidades de negócio diversas, sendo que actualmente opera, em Angola, nos seguintes sectores de actividade: Construção; Concessões e Serviços; Imobiliária; Hotelaria; Distribuição; e Automóvel.

No país, a Teixeira Duarte é responsável por projectos de relevo. Em 2022, e à semelhança dos anos anteriores, o desempenho das participadas que operam no sector da Construção continuou a ser o que mais influenciou o número de trabalhadores do Grupo, responsáveis por 54% da sua força de trabalho global. Angola, Brasil e Portugal eram os três mercados com maior número de colaboradores, com 32%, 30% e 23% respectivamente, no universo dos países onde as empresas participadas actuavam nesta data.