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Angola na contramão da retoma do Turismo internacional

André Samuel
4/4/2024
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Foto:
DR

A actual contribuição do Turismo no PIB nacional está abaixo de 1%, muito aquém da média ao nível internacional (à volta de 7%) e da região (à volta de 5%).

O turismo internacional recuperou 88% dos níveis pré-pandemia em 2023, e a expectativas da Organização Mundial do Turismo (OMT) apontam para uma superação em 2% face aos níveis anteriores à pandemia em 2024.

Dados da OMT apontam para uma mobilidade de 1.286 milhões de turistas internacionais em todo o mundo em 2023, um aumento de 34% em relação a 2022, ou 325 milhões.

O Médio Oriente liderou a recuperação por regiões em termos relativos, sendo a única região a superar os níveis pré-pandemia com chegadas 22% acima de 2019.

África teve a segunda maior recuperação e atingiu 96% dos níveis pré-pandemia em 2023, enquanto a Europa recuperou 94% e as Américas 90%. A Ásia e o Pacífico atingiram 65% dos níveis pré-pandemia, com uma recuperação gradual desde o início de 2023.

Em 2023, as receitas do turismo internacional registaram 1,4 biliões de dólares para a economia mundial. Este valor representa cerca de 93% do total das receitas dos destinos mundiais em 2019.

Quanto às receitas totais de exportação do turismo (incluindo o transporte de passageiros), o barómetro da OMT aponta mais de 1,6 biliões de dólares arrecadados em 2023, quase 95% dos 1,7 biliões de dólares registados em 2019.

Em 2023 o Produto Interno Bruto Directo do Turismo (TDGDP) contribuiu com 3,3 biliões de dólares (3%) para o PIB global, o mesmo nível de 2019, impulsionado pelas viagens nacionais e internacionais.

Espera-se que o desencadeamento da procura reprimida remanescente, o aumento da conectividade aérea e uma recuperação mais forte dos mercados e destinos asiáticos apoiem uma recuperação total até ao final de 2024. As conjunturas económicas e geopolíticas continuam a colocar desafios significativos à recuperação sustentada do turismo internacional e aos níveis de confiança.

Para o secretário-geral da OMT, Zurab Pololikashvili, a recuperação já está a ter um impacto significativo nas economias, no emprego, no crescimento e nas oportunidades para as comunidades.

“Esses números também lembram a tarefa crítica de progredir na sustentabilidade e na inclusão no desenvolvimento do turismo" frisa.

Recuperação do turismo na SADC

Segundo Natália Rosa, líder do projecto Business Council Tourism Alliance da SADC, para mitigar o efeito da pandemia no sector, devem ser adoptadas medidas para, no curto prazo, aliviar as restrições de viagem intra-regionais com protocolos de saúde rigorosos.

“É vital fornecer suporte direccionado aos sectores de viagem e hospitalidade para sustentar operações mínimas até que a demanda do mercado comece a se recuperar” sensibiliza.

Como acções de médio prazo, recomenda uma abordagem unificada para atrair visitantes de mercados de longa distância como simplificar os processos de visto, aumentar o acesso para as principais companhias aéreas, lançar campanhas de marketing direccionadas e oferecer estratégias de preços competitivos.

“Para a sustentabilidade de longo prazo, a região da SADC deve vislumbrar um futuro do turismo que seja robusto contra interrupções globais. Expandir a conservação da vida selvagem por meio do envolvimento comunitário, enriquecer atracções culturais e de património além dos sites bem conhecidos e melhorar as instalações para turismo de negócios e reuniões são movimentos estratégicos que garantirão benefícios duradouros”.

PLANATUR, a “cartilha” de salvação do sector

O Executivo aprovou, em Dezembro de 2023, em sessão ordinária da Comissão Económica do Conselho de Ministros, o Plano Nacional de Fomento ao Turismo, abreviadamente designado PLANATUR, que apresenta um conjunto de acções a serem desenvolvidas até 2027.

Este Plano vem complementar a recente medida aprovada em Decreto pelo Titular do Poder Executivo, que isenta vistos de turismo para 98 países do mundo, incluindo os principais mercados emissores de turistas ao nível internacional, que inclui países como E.U.A, China, França, Índia, Reino Unido, Alemanha, Itália e Espanha, só para citar alguns.

O Plano apresenta um conjunto de medidas que devem ser levadas acabo a fim de dinamizar a actividade turística, que passa necessariamente pelo investimento do Estado em infraestruturas públicas, apoio ao sector privado, através de linhas de crédito, e pela melhoria do ambiente de negócios para atracção de investimento privado.

A actual contribuição do Turismo no PIB nacional está abaixo de 1%, muito aquém da média ao nível internacional (a volta de 7%) e da região (a volta de 5%).

“Consideramos que o desenvolvimento do turismo está ainda numa fase embrionária, tendo em conta o investimento (directo) público e privado, no sector” aponta Filipe Nzau. “Estamos expectantes quanto a nova visão que o Executivo tem para o sector, sendo-lhe atribuído um papel importante para o processo de diversificação económica. Que irá requerer maior investimento público, apoio ao sector privado e um esforço muito grande para atracção de investimento por via da melhoria do ambiente de negócios”.

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