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Elefantes brancos em campos agrícolas

Pedro Fernandes
17/4/2020
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Foto:
Carlos Aguiar

O agrónomo Fernando Pacheco é de opinião que o fracasso dos grandes projectos agrícolas construídos em vários pontos do país se deve, em primeiro lugar, à megalomania.

“Não há qualquer dúvida de que a dimensão dos projectos foi o maior erro”, referiu num artigo publicado no site da Acção para o Desenvolvimento Rural e Ambiente (ADRA).

“Foi o caso dos famosos, mas forçosamente sempre recordados, projectos agrícolas de larga escala que consumiram financiamentos públicos astronómicos em acções mal concebidas e mal desenhadas e implementadas de modo irresponsável”, escreveu ainda, tendo acrescentado que, com efeito, “o exemplo mais chocante, entre os quase 30 projectos, registou-se no sector de algodão do Kwanza-Sul, que teve início em 2006 com a construção de infra-estruturase com despesas de funcionamento no valor declarado superior a 66 milhões de dólares, sem que fosse produzido um quilo de algodão”.

Apesar dos investimentos significativos em mega projectos agrícolas, como é o caso do Pólo da Quiminha, em Luanda, do projecto agro-industrial da BIOCOM, em Malanje, das fazendas Aldeia Nova, Sanza Pombo,Camacupa e Longa, localizadas nas províncias do Kwanza-Sul, Uíge, Bié e Kuando Kubango, respectivamente, a agricultura a essa dimensão é apenas responsável por 5% das áreas de cultivo e 1% dos produtos comercializados nos grandes concentrados populacionais.

No âmbito do relançamento do empresariado agrícola, o Governo investiu entre 700 a 800 milhões USD nos últimos dez anos. A ideia erareduzir a quantidade de importação de produtos do campo, criando condições de produção em áreas com grande potencial agrícola.

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