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Feira de Arte ambiciona promover conteúdo local “De Angola para o Mundo”

Andrade Lino
16/4/2024
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Foto:
Andrade Lino

Para mostrar arte de grande qualidade, por parte de 100 artistas angolanos, estarão as galerias Tamar Golan, This Is Not A White Cube, The Art Affair, Sky Gallery e Espaço Luanda Arte.

Com um investimento de sensivelmente 20 milhões de kwanzas para a sua primeira edição, a Africell Luanda Feira de Arte / Art Fair Luanda, a decorrer no Palácio de Ferro, entre os próximos dias 19 e 21 do presente mês, chega à cidade capital para reunir cinco galerias expositoras e promover o turismo cultural angolano, além de servir de um meio de formalização do trabalho dos artistas plásticos e o consumo das obras feitas no país.

Juntando uma mostra individual e arte ao vivo, o evento, denominado “De Angola para o Mundo”, nascido da produtora de eventos artísticos Maia Tanner e com principal apoio da Africell e da Africell Impact Foundation, apresentado em conferência de imprensa na última quinta-feira, vai reunir diversos nomes do mosaico artístico angolano, num programa de conversas que vão discutir temas como “Os Desafios das Galerias em Angola”, “Necessidade de um Museu de Arte”, “Formalização do trabalho artístico para a economia nacional” e “O Feminino na Arte em Angola”.

“Essa feira é muito importante para nós, porque representa uma evolução da cadeia de valores. Tentar criar e dar cada vez mais primazia ao conteúdo local. Vamos apresentar apenas galerias locais para apresentar Angola para o mundo, sem qualquer falsa pretensão, sendo que o que se quer é a auto-valorização”, declarou Dominick Tanner, produtor do evento, defendendo que a arte é identidade, “é amor, é quem nós somos”, e, portanto, precisamos nos valorizar.

Para representar e mostrar directamente arte de grande qualidade, por parte de 100 artistas angolanos, estarão as galerias Tamar Golan (da Fundação Arte e Cultura), This Is Not A White Cube, The Art Affair, Sky Gallery e Espaço Luanda Arte.

Vão participar ainda coleccionadores, curadores e críticos, e para a organização, “tudo isso acrescenta valor à arte e ao seu ecossistema em Angola”. Segundo disse ainda Dominick, a ideia é criar conexões, um arquipélago, tendo sublinhado que “a promoção da arte, além de deixar um legado, ajuda a desenvolver a identidade angolana, uma imagem mais forte do país, localmente e no estrangeiro”.

Representando a Africell, Mário Nascimento afirmou que a empresa já começa a ser uma referência nos eventos de arte, do mercado nacional. O seu objectivo é dar empoderamento aos artistas locais, melhorar e aumentar a produção de conteúdo local e acima de tudo fomentar o crescimento da indústria artística. Quanto ao tema da feira, a Africell, sendo parte de uma multinacional, que opera em 4 países no continente africano, “tem esse contributo de levar os artistas para fora de Angola e promover intercâmbios”.

Na visão de João Vigário, gestor do Palácio de Ferro, esta proposta faz jus à dinâmica que tem sido impressa naquele espaço cultura, e por isso tinha de acolhé-la nessa edição de lançamento. “Começamos aqui uma nova jornada e todos somos necessários para atingirmos o objectivo, numa palavra de sistematização das indústrias culturais e criativas, e que as artes visuais têm um papel fundamental”.

Já Xavier Narciso, pela Galeria Tamar Golan, que se dedica à promoção de artistas emergentes, com dificuldades de exporem os seus trabalhos, servindo de um trampolim para a sua visibilidade, disse que o organismo vai levar artistas que fazem parte da sua base de dados, tendo felicitado, entretanto, a iniciativa, por ser necessária para o posicionamento dessas instituições.