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PATROCINADO

PRÉMIOS SIRIUS. Eleitos gestores e empresas de "topo" em noite de emoções

Victória Maviluka
15/4/2024
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Foto:
Isidoro Suka

Cerimónia testemunhada pelo PR durou pouco mais de duas corridas horas de reconhecimento a práticas de gestão empresarial e de projectos com impacto no desenvolvimento do País.

Foi com apelo a um ‘Gritem!’, ‘Dikolenu!’ na versão original em kimbundo, que a música, na voz e ritmo acústico de Toty Sa’Med, deu as boas-vindas à gala que fez acontecer, na noite de quinta-feira, 11, numa das unidades hoteleiras de Luanda, a 10.ª edição dos Prémios Sirius.

Dezenas de rostos representativos das empresas que compõem o palpitar da economia nacional dominam uma extensa sala que vive um harmonioso contraste entre o preto da decoração e as luzes de um gigante ecrã cobrindo o palco todo.

“Esta é uma noite memorável”, avisa, com voz que transmite convicção, a presidente do júri dos Prémios Sirius, Ana Dias Lourenço, logo após José Barata, líder da Deloitte Angola, ter subido ao palco para, no discurso de abertura, descrever o perfil da iniciativa do ‘colosso’ dos serviços de Audit & Assurance.

José Barata, presidente da Deloitte Angola, proferiu o discurso de abertura

“Os Prémios Sirius estabeleceram-se como uma referência incontornável na distinção das boas práticas de gestão empresarial e dos projectos com impacto no desenvolvimento económico e social do País”, retrata José Barata.

Ana Dias Lourenço acrescenta que celebrar e divulgar as conquistas de empresas e pessoas cujas “contribuições excepcionais dinamizam” o mercado angolano, tornando-o “mais eficiente, robusto, dinâmico e socialmente responsável”, transforma a iniciativa num “poderoso incentivo” para que mais empresas, empresários e executivos “de topo percebam o valor do esforço”.

João Lourenço foi o convidado especial da gala

E deixa a parte final da sua intervenção para agradecimentos particulares ao convidado especial do evento: “Uma palavra de apreço (...) ao senhor Presidente João Lourenço por ter aceite o nosso convite (...) Muito obrigada, de coração, por ter compreendido e permitido que, por alguns meses, eu tenha retirado tempo à família para me dedicar à tarefa de presidente do júri!”.

Ultrapassados os discursos e saboreados, antes destes, os ‘pratos’ oferecidos pela organização, é hora dos anúncios dos vencedores das sete categorias da 10.ª edição dos Prémios Sirius. O suspense ganha, por conseguinte, espaço. Os troféus, desenhados pelo artista plástico Guilherme Mampuya, vão perfilar.

A dupla de mestres de cerimónia Alexandre Cose e Mara Dalva chama ao púlpito a economista Aia-Eza da Silva, integrante do júri, para o anúncio do vencedor da categoria de Empresa do Ano do Sector Financeiro.

Aia-Eza não o faz sem antes explicar os quase intermináveis critérios que estiveram na base da escolha de um dos integrantes do trio bancário - BAI, BFA e Standard Bank - para vencedor da categoria. 

Fá-lo com voz algo trémula, o que eleva o nervosismo dos mais ansiosos: “Coube ao júri avaliar a qualidade, o rigor e a abrangência deste sector por critérios como: relatório de gestão e auditoria, gestão de recursos humanos, política de sustentabilidade e responsabilidade social, código de conduta e ética, desempenho financeiro, volume de crédito concedido à economia…

E a escolha da Empresa do Ano do Sector Financeiro recai para… o BAI!, que actua num segmento que o júri do concurso descreve como “absolutamente estratégico” na economia do País e que é “espelho do desenvolvimento económico e do bem-estar geral” da sociedade financeira.

Visivelmente emocionada, Inokcelina de Carvalho, administradora Executiva do Banco Angolano de Investimentos, afirma que os desafios da instituição são “muito grandes”, mas que a vontade de “fazer melhor todos os dias é ainda maior”.

SONANGOL recebeu o troféu de Empresa do Sector Não-Petrolífero

É a vez do Sector Não-Financeiro. Casais, Omatapalo ou SONANGOL? Francisco Queiroz tem a decisão. O ex-ministro da Justiça assume o palco e, nas vestes de membro do júri, refere que o sector não-financeiro “é o motor que impulsiona” a diversificação económica do País e “estimula a competitividade” nacional. 

A excelência em organização, eficiência em processo, integridade em gestão e auditoria, inovação em gestão de recursos humanos e desempenho empresarial exemplar levaram a que a escolha recaísse sobre… a SONANGOL.

É um prémio merecido, só que aumenta mais a responsabilidade. Temos uma gama muito elevada de projectos em curso, e a exigência que nos é colocada faz com que, também, nos tornemos mais rigorosos

“É um prémio merecido, só que aumenta mais a responsabilidade. Temos uma gama muito elevada de projectos em curso, e a exigência que nos é colocada faz com que, também, nos tornemos mais rigorosos. Mas quero dizer: aceitamos o desafio e vamos à luta!”, declara, categórico, Sebastião Pai Querido Martins, PCA da maior empresa do País.

Paula Simons entregou o prémio ao governador do BNA

‘Conectando’ o ‘fair play’

BAI, BNA e EMIS são os finalistas da categoria Programa de Desenvolvimento Digital e Tecnológico dos Prémios Sirius edição 2024.

Este segmento, refere a jornalista Paula Simons, integrante do júri, tem sido uma área “em crescimento”, com “aumento da aposta” por parte de empresas e entidades públicas na promoção da transformação digital como forma de “impulsionar o crescimento económico e melhorar a qualidade de vida” dos cidadãos.

LISPA, Laboratório de Inovação do Sistema de Pagamentos, da chancela do Banco Nacional de Angola (BNA), voltado para estimular o crescimento de uma economia inclusiva por intermédio da promoção da inovação, é anunciado vencedor do Programa de Desenvolvimento Digital e Tecnológico.

Manuel António Tiago Dias, governador do BNA, é curto na sua intervenção. Felicita a EMIS e o BAI, os quais considera “parceiros em prol do desenvolvimento” do sistema de pagamentos e “não concorrentes”. A intervenção merece aplausos da plateia.

… ainda o digital, agora no meio ambiente

Para colmatar a ausência do júri Armando Manuel, Aia-Eza da Silva toma, pela segunda vez, o palco. Traz o anúncio do mais feliz da categoria Prémio Empreendedorismo.

O segmento valoriza, entre outros critérios, a relevância da organização, do empreendedorismo ou do projecto e a sua diversificação geográfica, o impacto a nível do emprego e valor gerado, a contribuição para a diversificação económica e para a melhoria da balança comercial.

Preencheu melhor este caderno de ‘encargos’... a Narisrec, de que é CEO Décio Silva. O também fundador da iniciativa informa que esta começou como uma startup, mas, hoje, transformou-se numa verdadeira empresa, virada para gestão e tratamento de resíduos electrónicos, qualidades que deixaram para trás as concorrentes ASSC e Octosea Pescaria Mormolo.

Toty Sa'Med levou música acústica à gala

Construindo capital humano

Toty Sa’Med deixa o palco, após proporcionar - com um dueto com Selda num dos dois ‘números’ da sua actuação - momentos de descontração na sala que acolhe a 10.ª edição dos Prémios Sirius.

As incertezas voltam à baila. Falta conhecer os vencedores de mais três classes. O Programa de Desenvolvimento do Capital Humano é o primeiro a revelar-se o vencedor. 

A propósito, José Octávio Serra Van-Dúnem, docente universitário e membro do júri, esclarece que a capacitação da força de trabalho “é crucial para melhorar” o capital humano, o que pressupõe o desenvolvimento de competências técnicas, profissionais, comportamentais e de liderança.

E, na hora do anúncio do vencedor, soou o nome da… Casais Angola. Com o troféu nas mãos, Hélder Araújo, director-geral da construtora, realça, com entoação branda, que a empresa está para “desenvolver o mundo e uma Angola melhor” na construção de edifícios e de infra-estruturas.

David Maciel ficou com o Prémio Gestor do Ano

Gestor do Ano: Uma escolha “difícil”

“Foi difícil, mas tínhamos que escolher um”. É desta forma que Ana Dias Lourenço descreve o exercício por que passou a equipa por si dirigida para definir a quem entregaria o troféu de Gestor do Ano: David Maciel, presidente executivo do Grupo Carrinho, Hélder Araújo, que responde pela Casais, ou Luís Lélis, CEO do banco BAI?

Analisadas as características técnicas e de gestão, o impacto do gestor na organização e na sociedade, a avaliação da carreira, a atitude de aprendizagem contínua, a visão, consistência, desempenho, liderança, aceitação por parte interna e externa e a capacidade de liderança pelo exemplo, a eleição recai para… David Maciel.

Ao reagir à distinção, o presidente executivo do Grupo Carrinho confessa o nervosismo em pleno palco. Concentra-se e lá sai o breve discurso: o troféu é o reconhecimento do trabalho “nada fácil” que a Carrinho “está a fazer por Angola”.

Rui Carrinho convidou os presentes a realizarem acção social

Responsabilidade Social, o desafio de/para todos

Noelma Viegas D’Abreu, integrante do júri, observa, com força de relevância, que a categoria Responsabilidade Social registou “um maior número” de candidatos, pelo que seleccionar os nomeados “foi tarefa difícil e desafiante”, dada, igualmente, a “qualidade” das candidaturas.

Esta classe, realça a psicóloga clínica, reconhece e distingue as iniciativas de responsabilidade social das organizações que apoiam a educação, a saúde, o combate à pobreza e outros pilares de apoio social, que impactam “positivamente” as comunidades.

“Carrinho!”, declara, em tom cristalino, Noelma Viegas D’Abreu sobre o vencedor da categoria Responsabilidade Social. A ‘Merenda Escolar’, programa que tem à testa o grupo com sede no Lobito, foi mais forte que projectos de apoio social da Azule Energy, Catoca, Omatapalo e SONANGOL.

“Sei que, nesta sala, temos muitas empresas e muitas pessoas que fazem a diferença ao ajudar o próximo, a estes, os meus parabéns! Também, nesta sala, temos muitas empresas e muitos particulares que ainda não fazem nada, a estes, eu deixo o desafio de fazerem ainda este ano, só estamos em Abril”, atira, descontraído, Rui Carrinho, vice-CEO da Carrinho, a que se segue uma salva de palmas da plateia.

E para valorizar a causa da responsabilidade social, perfilam no palco os representantes de todas as empresas concorrentes da categoria e recebem da organização Menções Honrosas.

Investigadora Teresa Matoso emocionou-se em palco

Um Prémio Especial à Investigação Científica

Estavam todas as incertezas descortinadas quando Ana Dias Lourenço volta a dirigir-se ao púlpito. Pede, simpaticamente, paciência aos presentes. Estava claro que não ia para proferir as palavras finais.

“Consideramos que, apesar de termos um longo caminho a percorrer para que a investigação científica se desenvolva em Angola, algumas instituições e pessoas têm-na mantido como parte da sua vida, como missão, e, de forma abnegada, nunca deixaram de a manter viva”, diz a presidente do júri dos Prémios Sirius.

O intróito é o prenúncio de mais uma distinção a caminho, uma autêntica surpresa da noite. Em ambiente de completo suspense, a professora Teresa Matoso é chamada para receber o Prémio Especial.

A ocasião, que desperta o olhar curioso e consensual dos presentes, é um brinde que honra a Educação, mormente a Investigação Científica, tema, aliás, da 10.ª edição dos Prémios Sirius. É um dos momentos mais emocionantes da noite.

Para atestar o rigor da escolha, Ana Dias Lourenço lê, com entusiasmo, alguns dos créditos da homenageada: “É investigadora científica há mais de duas décadas, tem trabalhos de investigação reconhecidos ao nível nacional e internacional, partilha a sua experiência com os mais jovens como docente e é investigadora principal em vários projectos”.

Consumida pela surpresa, Teresa Matoso esforça-se para construir um discurso em reacção ao momento. Confidencia que é por ser “forte que não caí em palco”, num momento em que a gala conhece… o ‘cair do pano’, com a foto de família que marca os registos da 10.ª edição dos Prémios Sirius.