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PATROCINADO

Prevenir é melhor que remediar

Sebastião Vemba
10/9/2019
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Foto:
Carlos Aguiar

O problema da seca no Sul e Sudoeste do país (particularmente no Cunene) é antigo e não faltaram avisos para que Angola se preparasse para situações como a que se vive actualmente.

Entretanto, nem tudo está perdido e ainda há tempo para transformar a calamidade actual numa oportunidade de desenvolvimento, fundamentalmente humano.

A acção devastadora da seca frequente na região do Cunene – esta que se “constitui como uma das mais ricas biodiversidades das regiões semiáridas do Sul de Angola – tem conduzido a um secular processo de destruição de uma grande parte da cobertura vegetal e, em decorrência, ao desaparecimento de grande parte das matas ciliares junto às bacias dos cursos de água e de aquíferos confinados, originando a redução e, nalguns casos, o esgotamento dos seus recursos hídricos”, alertou o agrónomo Carlos Pombares no estudo “Cunene: Um Diamante em Bruto”, produzido na década de 90, mas actualizado este ano e que serviu de base para o tema de capa desta edição da Economia & Mercado.

Esta preocupação foi também manifestada pela USAID (Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional) no relatório ‘Adaptação Climática em Angola’, de 2012, que alerta para os riscos de segurança alimentar que a seca representaria para o país. Actualmente, segundo dados do Escritório das Nações Unidas para a Coordenação dos Assuntos Humanitários, mais de 2,3 milhões de angolanos estão afectados pela seca severa no Sul do país, sendo que destes pelo menos 500 mil são crianças com menos de cinco anos de idade.

Há sete anos, a USAID alertava para a necessidade de Angola reforçar os estudos sobre a agricultura e adaptação às alterações climáticas, uma vez que este fenómeno representa ameaças aos sistemas e infra-estruturas de produção e, consequentemente, à subsistência e segurança alimentar. Na altura, lê-se no documento, um outro estudo avaliava o impacto das alterações climáticas na produção de algumas das principais culturas no país, com destaque para a mandioca, milho, arroz e trigo, e considerava que Angola é um dos sete territórios em que as alterações climáticas resultariam numa redução do total de rendimento de culturas até 2030 para todos os cenários climáticos estudados.

Leia mais na edição de Setembro de 2019

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