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África luta pela liberdade económica há 60 anos

Mariano Quissola
25/10/2023
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Foto:
Istock e DR

África celebra 60 anos da luta de libertação económica. Depois da emancipação política, a União Africana (UA) assumiu a tarefa de tornar o continente economicamente livre e auto-suficiente.

Passadas seis décadas, os números sobre o estado da economia do continente berço são sombrios. O mais recente relatório da ONU, World Economic Situation and Prospects Report 2023, indica que o Produto Interno Bruto (PIB) total de África é de apenas 1% do PIB mundial e o continente participa com apenas 2% das transacções comerciais que acontecem no mundo. E mais: pelo menos 260 milhões dos mais de 800 milhões de habitantes de África vivem com menos de um dólar por dia, abaixo do nível da pobreza definido pelo Banco Mundial.

Uma corrente de economistas e estudiosos africanos acredita que a Zona de Livre Comércio Continental Africana, instituída há três anos, é a peça-chave para o desenvolvimento. Outros defendem que a solução passa pela construção de infra-estruturas diversas e redução substancial da corrupção.

Leia também sobre os efeitos colaterais de crenças socioculturais no artigo assinado pelo jornalista Sebastião Vemba, intitulado A “riqueza” que nos empobrece (economiaemercado.co.ao).

Entretanto, a UA prefere olhar para os mesmos números, mas de um ângulo diferente, crente nas diferentes estratégias macroeconómicas definidas para alavancar a economia do continente, daí o Banco Africano de Desenvolvimento (BAD) prever um crescimento económico que supera o resto do mundo nos próximos dois anos, com o PIB real a rondar, em média, os 4% em 2023 e 2024. “Isso é superior às médias globais projectadas de 2,7% e 3,2%”, lê-se no relatório sobre o Desempenho e Perspectivas Macroeconómicas para a região, divulgado na capital do Côte d’Ivoire, Abidjan, no início deste ano.

O relatório refere que, apesar de enfrentarem ventos contrários devido aos choques socioeconómicos globais, as cinco regiões do continente permanecem resilientes, com uma perspectiva estável a médio-prazo, apelando, para o efeito, a medidas monetárias e fiscais robustas, sustentadas por políticas estruturais para os contrapor.

Consta que o crescimento médio estimado do PIB real em África abrandou para 3,8% em 2022, de 4,8% em 2021, num contexto marcado por perturbações decorrentes das medidas de contenção dos efeitos da Covid-19 e da invasão russa da Ucrânia.

Leia o artigo completo na edição de Maio, já disponível no aplicativo E&M para Android e em login (appeconomiaemercado.com).

Africa fights for economic liberation for 60 years

Africa celebrates 60 years of the struggle for economic liberation, whose results are slow to come. After political emancipation, led by the Organization of African Unity (OAU), the African Union took on the role of making the continent economically free and self-sufficient.

Six decades later, the numbers on the state of the economy in the continent of origin are bleak. The latest UN report, World Economic Situation and Prospects Report 2023, indicates that Africa's total GDP is only 1% of the world's GDP and the continent accounts for only 2% of the world's commercial transactions. And more: about 260 million of the more than 800 million inhabitants of Africa live on less than one dollar a day, below the poverty level defined by the World Bank.

A current of African economists and scholars believes that the African Continental Free Trade Area, instituted three years ago, is the key piece to development. Others argue that the solution lies in the construction of diverse infrastructure and substantial reduction of corruption.

Meanwhile, the African Union (AU) prefers to look at the same numbers from a different angle, believing in the different macroeconomic strategies defined to boost the continent's economy, hence the African Development Bank (AfDB) predicting economic growth that outperforms the rest of the world in the next two years, with real GDP averaging around 4% in 2023 and 2024. "This is higher than the projected global averages of 2.7% and 3.2%," reads the report on Macroeconomic Performance and Prospects for the region, released in the Ivorian capital, Abidjan, earlier this year.

The report states that despite facing headwinds due to global socioeconomic shocks, the five regions of the continent remain resilient, with a stable medium-term outlook, calling for robust monetary and fiscal measures, supported by structural policies to counter them.

It is reported that the estimated average real GDP growth in Africa slowed to 3.8% in 2022, from 4.8% in 2021, in a context marked by disruptions resulting from measures to contain the effects of Covid-19 and the Russian invasion of Ukraine.

Read the full article in the May issue, now available on the E&M app for Android and at login (appeconomiaemercado.com).